domingo, julho 15, 2012

infinitivo pessoal

e se toda a dor
e cansaço
e hematomas
e impossibilidades
deixadas na cama,
no corpo,
professarem?

quarta-feira, junho 06, 2012

certa vez - vezes, muitas vezes - um alguém disse "eu sou tu". nós nem sabíamos do morro dos ventos uivantes. começou como um erro de digitação. e ele percebeu que era verdade. e foi - até então - a mais arrebatadora declaração de amor já feita a mim. e foi real. intensa. a ponto de sermos "eule". e foi tanto sentimento que ao sermos um, não coube em "minele". ao sermos apenas um faltou o outro. e se perdeu. não éramos mais eu e ele. éramos uma coisa só, que acabou por suicidar-se.


segunda-feira, maio 28, 2012

meu amor não está aqui.
não é você, nem você. e nem você.


deixei meus sonhos perdidos no SoHo.
meu amor deve estar por lá, tbm.


(isn't a poesy. it's a break)

quinta-feira, maio 24, 2012

as coisas tem tempo de maturação diferentes. meu tempo é lento. corrosivo, se eu deixar passar.
quase sempre deixo.

quase sempre perco a hora certa. às vezes funciona. às vezes as coisas também maturam do outro lado.

há coisas que também não estão nos meus planos. mas... desde quando fazer planos funciona?

sábado, maio 19, 2012

café com leite nas brincadeiras de infância,
achou que poderia participar da vida
com a mesma neutralidade.

quinta-feira, maio 17, 2012

quarta-feira, maio 16, 2012

terça-feira, maio 15, 2012

segunda-feira, maio 14, 2012

de repente abismo.

a.bis.mar
(transitivo)
lançar-se ao abismo
concentrar-se
afundar-se





[ poesia vezenqd nasce pronta ]
a medida do meu silêncio é o exato da minha dor. as coisas que calo são as que carrego.
o silêncio é um lugar que não gosto de habitar...
qual é o lugar do silêncio?
sou uma represa dele.

quarta-feira, maio 09, 2012

eu só queria dizer uma coisa que você não vai entender. porque não é de entender, é de sentir.
e sentir não é assim tão grande como o mundo faz parecer. sentir é quase ser, é ser mais do que existir.
sentir é quase dar sentido. e dar sentido não precisa de eternidade, de seriedade, de tudo que desvia o sentido de sentir.
eu preciso do teu silêncio, do teu desconhecido, do que tu escondes.
preciso dessas coisas piegas de quem se gosta.
de quem se gosta agora. só agora.

quinta-feira, abril 26, 2012

quarta-feira, abril 11, 2012

teu meio sorriso
me sorri inteira.




em 12/04/2012, 18:49: corrigindo:

teu meio sorriso
me quebra inteira
e eu sou toda suspiro.

sexta-feira, março 23, 2012

das sutilezas:
na estante, lado a lado
as biografias de Rodin e Camille.

o amor permeia o mundo.

sexta-feira, fevereiro 24, 2012

à luz do computador a casa - uma peça só, pequena, onde o pensamento esbarra nas paredes verdeclarodescascadas - não parece assim tão desabitada (desabitável, pra ser mais exata). ontem trouxe pra casa um ramo de damas da noite, que foram colocadas ao lado da cama, tornando o perfume ainda mais espesso, não permitindo que se sinta mais nada além do cheiro quase insuportavelmente adocicado das pequenas estrelas em ramos.
sai  à noite porque caso não encontre príncipes encontrará os sorrisos abandonados nas mesas dos bares pelos não-amados.
20 minutos do 2º tempo. gritar o gol. sorrir teu riso.
até ali, durante os primeiros vinte minutos, enquanto pairava a dúvida da tua cor predileta (claro que era azul, era evidente pelo xadrez da tua flanela), eu torceria pro time adversário, se fosse preciso. só pra sorrir tuas covinhas na hora do gol.

sexta-feira, janeiro 20, 2012

vírgulas me interessam muito mais que pontos finais. e eu aceito tudo de você, menos reticência.

quarta-feira, janeiro 11, 2012

quarta-feira, janeiro 04, 2012

você me diz
que ela dorme em sua própria companhia
eu te digo
que durmo com todos meus despedaços.

segunda-feira, janeiro 02, 2012

a cabeça, revirada, como papéis velhos.
de você fica um silêncio.
sobra sempre em mim o que abafo.