quinta-feira, junho 10, 2010

há dias não trocamos palavras. o tempo mudou e nós ficamos parados. o entorno mudou e a gente não se deixou levar. dentro tudo permanece o mesmo. "deve haver alguma coisa que ainda te emocione, um cavalo em disparada, nada pra fazer". entre livros, a minha estagnação é a mesma. um ano se passou. ou passou por nós, vai saber.
então que é época de sol e frio e nublado e bergamotas e caquis e o chimarrão sozinha não tem mais o mesmo sabor.
e então que o tempo passou e somos os mesmos quase nada diferentes e o medo de que as mudanças gerassem ausência eterna passou porque tudo continua em seu lugar mesmo que distante.
as bandeirinhas, de novo, nas fachadas. agora de duas cores. o mundo segue seu ritmo e a tentação de entregar-se a ele é imensa. ser como os outros, que falam sem pensar e que vivem sem sentir. é tudo sempre paleativo e só não há remédio pra saudade.



[ minhas lágrimas não caem em mais, em já me transformei em pó ]
[ d.l. ]
os vermelhos ainda são os preferidos. os sons são outros e as palavras tão mais perto são distantes. sem poças d'água lilases e céus nublados de frio. quase livre ainda não é presa e ainda prezo os quentes de ingerir e o frio de externar. as máscaras de pó facial e as listras xadrezes de poás com cerejas e pimentas habitam os cabides e o corpo vazio. pequenas redenções são grandes resistências. o modo de falar é outro mas a conversa é sempre sobre o tempo.

sexta-feira, junho 04, 2010

- sinto saudade dos teus melhores sorrisos
- eu também.

[ fragmentos alheios que são meus ]
do sal do mar do sal
do sal da lágrima do sal
do sal do suor do sal
do mar da lágrima do suor
do sal do sal do sal



[ porque tudo que arde
é sal. e se eu pudesse
o fogo comer
de sal e mar eu arderia ]
- e tuas tristezas, seguem?
- sempre. são elas que me carregam.
vezenquando existo
vezenquando vivo
o resto
restando.