sábado, dezembro 26, 2009
domingo, novembro 08, 2009
quinta-feira, novembro 05, 2009
segunda-feira, novembro 02, 2009
quinta-feira, outubro 15, 2009
sobre os sobreviventes
“tenho uma coisa apertada aqui no meu peito, um sufoco, uma sede, um peso”
Caio Fernando Abreu
Tá aí. Sempre me encantou a falta de vírgula. Falta não, a ausência. A ausência sempre me encantou. Talvez por nossa relação assim tão próxima, que até chegava a confundir entre mim e ela. E mesmo assim, eu continuo lendo e rasgando o peito e pensando puta que o pariu que alguém já sentiu o mesmo que eu e ainda continuamos presos com a mesma goela seca.
E eu sei que vou sem fé por falta ou excesso de coragem e não vai dar em nada, é tudo ausência, no final das contas. A diferença é que antes parecia mais bonito, panos cá e acolá e joga uma purpurina sobre tudo que resolve. Mas ninguém mais tem saco se é que era saco que se tinha, vá saber. Ou era só uma ressaca coletiva uma transposição de tempo e pronto.
O fato é que ninguém sabe quem é Angela, chá, vodca pura, café na ressaca com cigarro e sol na cara. E as rugas vão continuar aparecendo ao redor dos olhos e o peito vai continuar caindo, tudo igual, nas oito horas fudidas pra reconstruir toda essa ausência.
terça-feira, agosto 04, 2009
sexta-feira, julho 31, 2009
irrefluxáveis
quinta-feira, maio 28, 2009
sábado, maio 16, 2009
sexta-feira, maio 15, 2009
quinta-feira, maio 14, 2009
transbordando
quarta-feira, maio 13, 2009
rasa. mas alaga quando chora.
terça-feira, maio 05, 2009
sobre quando o mar salgou o rio
domingo, maio 03, 2009
sábado, maio 02, 2009
descontrole sobre o corpo que ocupo. ou ocupam por mim.
vibra, corrói. porradas, socos.
fora de mim, o mundo morreu.
a violência que me leva a mover o rosto que pesa, o peso do mundo que morre sobre os ombros.
cadenciado, como uma marcha.
rasgo a pele fina que cobre o que pulsa. sou agora o espaço que outrora era entorno.
todo o amargo de saudade impera.
redenção a cada novo ritmo, violência coreografada.
arde, piazzolla. que a tua dor me renova.
sexta-feira, maio 01, 2009
refluxo final pós tormenta
sou teu câncer, ferida que cisma em não fechar. Lugar-comum, chavão.
o corpo em que teu olhar se perde, o corpo que se perde nas covas rasas da tua fala, no abismo da tua boca. Tenho o calor que sobra da tua pele e a frieza que falta na tua pouca melancolia. Teu inferno, tua sina, tua inspiração pro nada, tua lei. Teu tormento, teu pecado. Tua culpa. Teu sexo. Tua fome, tua sede, teu sedativo.
(papéis revoltados de dezembro/06)
terceiro refluxo
nem sei bem
talvez porquê
desnorteada
e desenfreada
enfim
caindo
a
s
s
i
m
nesse volteio
ansioso
que sempre
mesmo que não
queira
te leve
me leve
pro mesmo lado
(papéis revirados de março/08)
segundo refluxo
saudade de flores. pela casa. pela noite. que nunca chegaram.
saudade de palavras. ao pé do ouvido. balbuciadas em gemidos. carne e saliva. mordidas. apego.
os clichês são sempre tão confortáveis. se não o fossem, não seriam clichês.
pela noite a solidão bate à porta. por todas as frestas ela adentra. fendas da casa. fendas do corpo.
dentro de mim. gesta, toma conta. e nunca é tarde. mas já é tarde.
o que faço de tudo isso que carrego dentro do peito?
sim, clichês. quero todos. porque mentiras sinceras me interessam.
(papéis revirados de outubro/08)
primeiro refluxo
quinta-feira, abril 30, 2009
primeiras chuvas
queria inventar palavras novas. as já existentes me criam certo repúdio acerca do sentido que produzem. não é o sentido do que sinto. e são sempre as mesmas palavras que perpassam as mesmas linhas. tempo, querer, respeito. significados pequenos demais pra tudo o que são dentro de mim. Ah, quanta vontade de ser habitada novamente. ser novamente um vilarejo e não mais um deserto. e dentro do meu casulo entendo ou finjo entender tanto. e se é hora de embriagar-me sozinha, que o seja. não que as coisas possuam horas, possuem ritmos. ou não possuem nada, aprego às coisas esses. não quero respostas. já as tenho. ou não tenho nada, e não importa. Rasa, como sempre. a espera. a espera do dia em que vou chegar em mim.