não, não é você. sou eu.
quinta-feira, dezembro 22, 2011
quinta-feira, dezembro 15, 2011
vai-se colecionando estragos. a cada ruptura, perco um pedaço. ganho novos limites: onde não posso mais chegar.
o que ontem poderia ser dito hoje deve ser sufocado. é errado sentir saudade. é preciso fingir que nada aconteceu, que não modificamos o outro e e que o outro não nos tocou profundamente.
e não há poesia alguma na realidade da perda, na obrigatoriedade de não sermos mais os mesmos, porque enfim, não somos mais os mesmos.
colecionar sucessivas possibilidades é o câncer da pós-modernidade.
(é, eu sofro e não me adequo ao que poderia ter sido e não foi)
quinta-feira, dezembro 08, 2011
é difícil aceitar que eu seja só normal. que dificilmente farei algo que reverberará em gerações próximas, ou até mesmo nessa. que são poucas as pessoas consideradas geniais - elas são minoria, na verdade - e que não pertenço à essa parcela. é difícil aceitar o fardo da mediocridade, digo, da normalidade.
segunda-feira, outubro 31, 2011
para/por T.
- e da equação entre espera e tristeza, o que dizer?
(...)
- tenderia, sempre, ao infinito.
terça-feira, outubro 18, 2011
segunda-feira, outubro 10, 2011
terça-feira, agosto 30, 2011
segunda-feira, agosto 22, 2011
não sei falar nenhum outro idioma que não o português. tenho os pés gelados e quase sempre inertes. inércia, aliás, é a coisa com a qual mais estabeleço relação de amor e ódio. acompanho virtualmente a vida de pessoas aleatórias e penso nelas como se fossem personagens do meu cotidiano. nunca tive um boneco do pequeno pônei. não gosto de ganhar rosas. sinto saudade de andar de roda gigante mas tenho medo de cair da minha própria altura.
quinta-feira, agosto 11, 2011
"Suponhamos que vejo diante de nós uma rapariga de modos masculinos. Um ente humano vulgar dirá dela, 'Aquela rapariga parece um rapaz'. Um outro ente humano vulgar, já mais próximo da consciência de que falar é dizer, dirá dela 'Aquela rapariga é um rapaz'. Outro ainda igualmente consciente dos deveres da expressão, mas mais animado do afecto pela concisão, que é a luxúria do pensamento, dirá dela, 'Aquele rapaz'. Eu direi 'Aquela rapaz', violando a mais elementar das regras da gramática, que manda que haja concordância de género, como de número, entre a voz substantiva e a adjectiva. E terei dito bem; terei falado em absoluto, fotograficamente, fora da chateza, da norma e da quotidianidade. Não terei falado: terei dito".
[ Fernado Pessoa, Livro do Desassossego ]
terça-feira, agosto 09, 2011
segunda-feira, agosto 08, 2011
não, não é que tudo se resuma só a isso. é que isso foi como um buraco, desses que se formam sob nossos pés no mar, sabe? e que a cada onda, se tornam gentilmente mais fundos. assim mesmo, a areia lentamente abraçando os pés, movediçamente. e a maré não para, subindo. e o buraco não para, afundando. foi assim. um dia a gente acordou afogado.
quinta-feira, agosto 04, 2011
terça-feira, agosto 02, 2011
140x30x12 - JULHO
chorei choveu chorei choveu chorei choveu chorei choveu chorei choveu chorei choveu chorei choveu chorei choveu chorei choveu chorei chovi
quarta-feira, julho 27, 2011
terça-feira, julho 26, 2011
segunda-feira, julho 04, 2011
140X30X12 - JUNHO
fui quase nada.dei novo sentido a velhos verbos.amadureci.me perdi.reencontrei literatura.chorei. lisergiei, sorri, chorei.acabou.ensolarou.
quarta-feira, junho 01, 2011
140x30x12 - MAIO
choveu.sorri.trabalhei.plantei pimentas.cansei fisicamente.tentei não me entregar.lisergiei.estressei.chorei muito.enchi o saco.faz sol.
sábado, abril 30, 2011
140x30x12 - ABRIL
choveu.desabafei.gastei demais.chorei.quase não bebi.cortei o cabelo.briguei.chorei.entorpeci.plantei manjericão.arrumei emprego.sorri.chove
domingo, abril 24, 2011
quinta-feira, janeiro 27, 2011
eu quero ser sólida. tudo que eu quero nessa vida é ser real.
segunda-feira, janeiro 03, 2011
vivia sob essa espécie de apatia, que trazem as pessoas humildes. trazia com ela aquele ar resignado de pessoas simples, que não reclamam, não gemem, não contestam.
arrastava seu corpo na continuidade dos dias, sem esperar por nada. não por não sonhar, mas por não saber o significado arraigado ao ato.
e haviam as noites. repetidas. sós. haviam as noites, em que sim, sonhava. sonhava que não era só.
era quase real. ela não era mais sobra.
acordava.
Assinar:
Postagens (Atom)