é, eu devia ter preferido miolos.
terça-feira, agosto 30, 2011
segunda-feira, agosto 22, 2011
não sei falar nenhum outro idioma que não o português. tenho os pés gelados e quase sempre inertes. inércia, aliás, é a coisa com a qual mais estabeleço relação de amor e ódio. acompanho virtualmente a vida de pessoas aleatórias e penso nelas como se fossem personagens do meu cotidiano. nunca tive um boneco do pequeno pônei. não gosto de ganhar rosas. sinto saudade de andar de roda gigante mas tenho medo de cair da minha própria altura.
quinta-feira, agosto 11, 2011
"Suponhamos que vejo diante de nós uma rapariga de modos masculinos. Um ente humano vulgar dirá dela, 'Aquela rapariga parece um rapaz'. Um outro ente humano vulgar, já mais próximo da consciência de que falar é dizer, dirá dela 'Aquela rapariga é um rapaz'. Outro ainda igualmente consciente dos deveres da expressão, mas mais animado do afecto pela concisão, que é a luxúria do pensamento, dirá dela, 'Aquele rapaz'. Eu direi 'Aquela rapaz', violando a mais elementar das regras da gramática, que manda que haja concordância de género, como de número, entre a voz substantiva e a adjectiva. E terei dito bem; terei falado em absoluto, fotograficamente, fora da chateza, da norma e da quotidianidade. Não terei falado: terei dito".
[ Fernado Pessoa, Livro do Desassossego ]
terça-feira, agosto 09, 2011
segunda-feira, agosto 08, 2011
não, não é que tudo se resuma só a isso. é que isso foi como um buraco, desses que se formam sob nossos pés no mar, sabe? e que a cada onda, se tornam gentilmente mais fundos. assim mesmo, a areia lentamente abraçando os pés, movediçamente. e a maré não para, subindo. e o buraco não para, afundando. foi assim. um dia a gente acordou afogado.
quinta-feira, agosto 04, 2011
terça-feira, agosto 02, 2011
140x30x12 - JULHO
chorei choveu chorei choveu chorei choveu chorei choveu chorei choveu chorei choveu chorei choveu chorei choveu chorei choveu chorei chovi
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