Sobre amores e cigarros
Acendo um em outro
Apago todos
Na palma das mãos
Acendo um em outro
Apago todos
Na palma das mãos
queria inventar palavras novas. as já existentes me criam certo repúdio acerca do sentido que produzem. não é o sentido do que sinto. e são sempre as mesmas palavras que perpassam as mesmas linhas. tempo, querer, respeito. significados pequenos demais pra tudo o que são dentro de mim. Ah, quanta vontade de ser habitada novamente. ser novamente um vilarejo e não mais um deserto. e dentro do meu casulo entendo ou finjo entender tanto. e se é hora de embriagar-me sozinha, que o seja. não que as coisas possuam horas, possuem ritmos. ou não possuem nada, aprego às coisas esses. não quero respostas. já as tenho. ou não tenho nada, e não importa. Rasa, como sempre. a espera. a espera do dia em que vou chegar em mim.