sexta-feira, maio 01, 2009

primeiro refluxo

mas enfim, aproveitando minha imersão em emotividade, acompanhada da trilha sonora de requiem for a dream.
escrevo, ou melhor, digito uma combinação de palavras que talvez ou não nos levem a algum lugar. saramago diz que virtualmente não derrubar-se-iam lágrimas. eu antes concordava, hj não mais. volátil que sou.
caríssimo, não te assusta se nada aqui fizer sentido. não há sentido, só desejos. de escarrar palavras aleatórias, que intimamente desejam significar algo, mas que ainda não sabem se o serão.
o que importa é o desejo imperante, o de ser sincera. é a regra de um vomitar palavras.

e elas virão assim sem ordem, sem mais nem menos.
e de supetão.
o que quero contigo? não faço idéia. preciso querer algo? querer é tão encarcerador. queiramos ser livres então, um querer utópico, uma subversão no querer ter.
desesperado por gritar... quem não é?
gritar revoltas. dores. amores. flores. cores. gritar por gritar.

o que quero, não faço idéia. meu coração por vezes é povoado, por vezes é vazio. quase abandonado. e é estranho não ser habitada por alguém, eu que sempre abriguei vilarejos inteiros de amores dentro do peito. agora poucos fantasmas dão as caras. alguns viajantes, transitam aqui, sem saber por que paragens andam.

mas o tempo passou e eu mudei. tanto que por vezes pergunto quem é a estranha que me olha. clichê, sei. os amo, o que fazer? nada tão bom e tão seguro quanto um clichê.
de qualquer forma, ventou dentro de mim e reviraram-se meus papéis, tirando do estável a ordem que eu conhecia. e da mesma história que eu havia escrito, se fez um novo roteiro. os personagens inverteram-se, vieram novos no lugar dos antigos principais. ficaram algumas lacunas, mas o novo roteiro é melhor que o velho. propicia mais cores, mais luz. nada tão expressionismo alemão como antes.

mas esperanças antropofágicas, eu não alimento. essas me consomem.
mas enfim. queiramos ser livres.


(revirar papéis virtuais e colocar tudo em um lugar só. texto de novembro/08)

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