Manhãs de frio e sol são sempre nostálgicas. Eu, que entre as duas, prefiro sempre a paralela, já me acostumei a sentir saudades inventadas. Penso no mar. Logo eu que não conheço o mar. E meu pensamento se torna azul. Como o céu que carrego nos cabelos, como o mar que carrego na mente.
E penso no pouco que sei sobre a imensidão do mar. E no pouco que sei do que vivi até aqui. E meus olhos, rasos, se enchem e transbordam como o mar que transborda em mim.
Se bem agora eu pudesse com meus pés tocar a ponta do mar, quem sabe pudesse então estar mais perto.
Lembro do Tim falando de universo em desencanto e percebo e penso no quão encantado tem andado o meu. E nisso os olhos se inundam novamente ao pensar que, ó (!), eu posso ter meu próprio mar, que me abrace em cada poro.
Meu próprio mar, que se misture a todos os rios que me perpassam. Porque mudei e não sou mais feita de estradas. Sou fluída, sou eu agora toda água.
(papéis revirados de março/09)
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